Portal Índio Educa tem 200 artigos escritos por indígenas para ajudar professores e estudantes
reprodução

A ONG Thydewá tem diversos projetos com o objetivo de empoderar os povos indígenas.
http://www.indioeduca.org/
http://www.indioeduca.org/
Ainda nos primeiros anos da escola, quando as crianças têm seus
contatos iniciais com a história brasileira, uma das perguntas propostas
por muitos professores é “Quem descobriu o Brasil?”. A esta indagação, é
comum que se espere que a criançada em coro responda “Pedro Álvares
Cabral”.
Ao atribuir ao navegador português a descoberta do país, esta versão
dos acontecimentos desconsidera as estimadas 5 milhões de pessoas que
aqui viviam antes da chegada dos europeus. Para tentar minimizar este e
muitos outros desrespeitos à cultura indígena, a ONG Thydêwá resolveu criar uma plataforma online para que os índios desenvolvam materiais didáticos que contem sua história e atualidade.
No site Índio Educa,
é possível encontrar artigos a respeito de diferentes etnias e tribos
brasileiras, todos escritos por indígenas. Os assuntos são diversos, e
vão de aspectos históricos ao cotidiano. ”A época do índio sem voz está
terminando. Este projeto tem o objetivo de empoderar o indígena para
dialogar. Trabalhamos em cima dos preconceitos que existem, como pessoas
que acham que eles ainda vivem nus”, conta o presidente da Thydêwá,
Sebastian Gerlic.
A ideia surgiu em 2008, quando a Lei 11.645 tornou a temática
“História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” obrigatória no currículo
oficial da rede de ensino. Desde então, a ONG começou a reunir jovens
indígenas interessados em produzir material de apoio a professores e
alunos, e o Índio Educa foi lançado em 2011.
“Percebemos uma carência de material didático para dar subsídio a
essas disciplinas. Então, chamamos indígenas que estão em universidades
para formar um grupo de trabalho. Hoje o site tem 200 matérias
provenientes de 10 etnias diferentes”, explica Gerlic.
O conteúdo do site é todo em formato de Recurso Educacional Aberto,
com licença Creative Commons. Isso significa que o material pode ser
utilizado e modificado por outras pessoas, como professores que queiram
montar um conteúdo didático próprio.
Leonardo Blecher
fonte: http://catracalivre.com.br
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